Olá galera, sumi mas voltei com uma surpresinha.. Há uns dias atrás bisbilhotando pelo twitter surgiu a idéia de fazer uma entrevista com o Fabio Chaves nada mais nada menos que o idealizador do projeto vista-se. E ele muito educado e simpático me concedeu. ^^

Fabio Chaves é Publicitário Interativo - comunicador especializado em internet - e músico. Idealizador do projeto Vista-se, que gera inúmeros materiais e campanhas amplamente divulgados através da web, em especial, Orkut. Com ações pontuais e imagens trabalhadas vem se destacando entre os usuários da rede desde o início de suas atividades para a divulgação do vegetarianismo, que aconteceu em abril/2007. Sua proposta é inovar os atuais meios de abordagem, apresentando maneiras interativas de falar sobre vegetarianismo. Foi palestrante do 1° Encontro Nacional de Direitos Animais (ENDA)       www.vista-se.com.br/palestra

- A Entrevista.

VegansLife: Fabio, como se tornou vegetariano e por que?


Fabio Chaves:
Minha família é do nordeste, cresci à base de "mocotó" e outras pérolas da cozinha nordestina. Eu adoro o nordeste e existem pratos veganos lá, mas os mais conhecidos, infelizmente, não são nada veganos. Embora tenha crescido assim, comecei a perceber que algo estava errado, comecei a me sentir mal ao comer carne, percebi que estava errado. Ao contrário da maioria das pessoas, o que mais me chocou de cara foi o abate de frangos. Eu tomei a decisão de não mais participar deste ciclo de crueldade enquanto assistia a um vídeo de abate de frangos. Eu já tinha visto todo o sangue, já há algum tempo pesquisava sobre animais de consumo no Google mas o que me revoltou mais foi descobrir o tamanho da cadeia, ao reparar nas máquinas avançadas e em toda a tecnologia que o homem foi capaz de criar para matar animais. Esta decisão ocorreu por volta de 2005, bem tarde em minha vida.

VL: O que pensa sobre o consumo de leite e ovos?

Fabio:
ovo-lacto vegetarianismo sem dúvida é um passo importante para quem respeita animais. Mas não é o fim da jornada. A grande maioria dos veganos já foram ovo-lacto vegetarianos então não vejo razão para acusar quem está nessa fase. Contudo, um ovo-lacto vegetariano não deve se esconder atrás do título "fase" para continuar consumindo produtos de origem animal mesmo depois de descobrir que esta indústria, a dos ovos e leite, é ainda mais cruel que a de carne.

VL: O que pensa á respeito de "educar" as crianças sobre o vegetarianismo desde cedo? ou elas devem esperar elas crescerem e optarem pelo que querem?


Fabio:
Meus pais me educaram a comer pata e fígado de boi, asas de galinhas e todo tipo de comida que eles julgavam apropriadas à minha dieta para que eu crescesse de forma saudável. É raro um pai ou uma mãe que quer o mal para seu filho. Eu amo meus pais e sei que tudo que eles fizeram nesse sentido foi pensando em me fazer bem. É a função dos pais passar para os filhos as melhores práticas de vida em várias áreas e não só na alimentação. Pais vegetarianos devem, com certeza, ensinar o que acreditam a seus filhos. Com muito critério e informação, para que a saúde da criança seja um exemplo de que a dieta vegetariana é absolutamente compatível e recomendada ao ser humano. meus filhos certamente serão veganos até que eles possam fazer suas próprias escolhas. Acredito que a chance deles optarem por comer carne seja mínima diante da criação que vou dá-los, mas se assim decidirem, continuarão sendo meus filhos e, como tais, amados ao extremo.

VL: Algumas pessoas alegam que os animais que são abatidos não sofrem, que em diversos abatedouros é só uma pancadinha e não sentem nada, poderia falar um pouco sobre?


Fabio:
Abate Humanitário não existe, ou melhor, existe: é bem coisa de ser humano mesmo fazer aquilo com animais. Quem fala mais e melhor sobre isso é o Biólogo Sérgio Greif, em seu artigo publicado aqui.

VL: Como surgiu a idéia de criar o vista-se?

Fabio:
Quando comecei a achar que algo estava errado em meu prato, descobri quase tudo que queria na internet. Como já trabalho com internet há alguns anos, achei justo devolver esta informação e multiplicar as possibilidades de as pessoas acharem conteúdo sobre vegetarianismo na web. Fiz o Vista-se para que outras pessoas tenham o que eu tive: informação.

VL: Demorou pro vista-se ganhar destaque na internet? como foi esse processo?

Fabio:
No início divulguei bastante no Orkut, fiz camisetas com temas vegetarianos e as vendia no site. Sorteava muitas delas em redes sociais, isso deu uma alavancada nos acessos, as pessoas começaram a conhecer o site pelas camisetas, mas depois resolvi focar em conteúdo e hoje o site anda com as próprias pernas, é bem conhecido entre os vegetarianos e está bem colocado no Google para consultas sobre vegetarianismo e direitos animais.

VL: Como você selecionou seus colunistas?

Fabio:
Os atuais colunistas escolhi por conhecê-los pessoalmente e saber de suas intenções. Depois percebi que muitas pessoas com bons textos queriam participar do Vista-se como colunistas, mas hoje o cadastro de colunistas é trabalhoso e por isso o número de colunistas não cresce. Em primeiríssima mão: Um novo Vista-se está sendo cuidadosamente alaborado e nele o espaço para novos colunistas vai ser o destaque principal. Basicamente, o Vista-se vai continuar com o conteúdo atual só que com muito mais participação de nutricionistas, veterinários, advogados e profissionais de todas as áreas. Portanto, se alguém aí tem boas intençòes e bons textos, guarde-os, em breve vamos ter seleções de novos colunistas no Vista-se.

VL: Qual o recado que você deixa para as pessoas que, provavelmente estão lendo isso e que gostem do assunto, tenham curiosidade e talvez vontade de se tornarem vegetarianos/veganos, mas ainda tem receio de se tornarem?

Fabio:Você tem um propósito? Se o seu propósito for forte o suficiente você conseguirá parar de explorar animais. É importante também conhecer boa comida vegana, não julgue o sabor dessa alimentação pelo primeiro prato que experimentar, vá atrás, descubra novos sabores. E, sempre: Informe-se, o tempo todo.

Agradecemos imensamente ao Fabio Chaves ter nos concedido essa entrevista. A entrevista ficou muito boa, esperamos que vocês também tenham gostado, e até semana que vem.

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Estava eu ontem lendo sobre o astronauta chinês que se orgulhou de consumir carne de cachorro durante missão no espaço e me lembrei de um texto interessante, também publicado ontem, pelo Ari Solomon, do Huffington Post. O título original é A man walks into a restaurant... A short story. Resolvi traduzi-lo e convidar você para uma reflexão grupal - uia!




Este é um teste.


Um homem entra num restaurante.


Bom, na verdade, um homem e seu cachorro, um filhote de labrador fofíssimo...daqueles que você tem que parar e fazer um carinho quando vê na rua ou num parque. Uma jovem recepcionista se aproxima e diz para o homem que é proibido entrar com cães no restaurante, inclusive na área do terraço. Aí, o cachorro lambe a mão dela. “Ele é tão fofo”, se derrete, e diz ao homem que libera o cão só dessa vez, mas ele tem que ficar no colo do homem. O homem sorri e ela lhe indica sua mesa.


Depois de um minuto, um garçon se aproxima. Ele também nota a presença do filhote, mas diz para o homem que o proprietário não vai se incomodar; o restaurante é novo e diferente. “Nós somos um estabelecimento moderno e ecologicamente correto”, diz com orgulho, explicando que só servem alimentos sustentáveis e de criação e abate humanitários. O homem diz que é por isso que ele foi jantar lá; ele é ambientalista e adora esse conceito.


O garçon deixa o cliente por alguns minutos e então volta: “já escolheu?” O homem, que nem chegou a olhar o cardápio, sorri e diz, “Sim, gostaria que você cozinhasse ele”, apontando para o cãozinho.


O garçon solta uma risada nervosa: “Nós não servimos cachorro nesse restaurante. Aliás, tenho certeza de que isso é ilegal”. Não, corrige alegremente o homem, é perfeitamente legal tanto aqui quanto em vários outros estados. “E”, acrescenta, “é a carne mais ecologicamente correta por aqui”.


O garçon se encolhe, confuso, enquanto o cliente continua: “Vocês priorizam os alimentos sustentáveis, certo?” O garçon afirma que sim. O homem explica que 5 milhões de cães e gatos são sacrificados em abrigos todo ano e sua carne simplesmente descartada. Ele adotou seu cão de um abrigo. “Se você quer um alimento local e sustentável, comer a carne de animais abandonados ganha de longe de animais criados em fazendas, abatidos e que depois têm sua carne transportada por aí. Mate-o humanitariamente, oras, exatamente como você diz que os outros animais servidos aqui são mortos”.


“Mas é um cachorro” insiste o garçon encarando o homem, “comê-los é totalmente diferente e isso é nojento. Cães são como a nossa família, são inteligentes, carinhosos, são como nós.” O homem rebate rápido, “Mas porcos são mais espertos que cães. Aliás, são tão inteligentes quanto uma criança de 4 anos. Galinhas demonstram traços incríveis de personalidade, desde curiosidade a timidez e orgulho, e elas formam estruturas sociais extremamente complexas. Vacas também têm personalidades individuais. Elas inclusive lambem você, assim como os cães fazem, pra demonstrar afeição. E eu tenho certeza de que você concorda comigo que em termos de medo e sofrimento, tanto cães quanto porcos, galinhas e vacas são semelhantes.”


"Então, levando tudo isso em conta, diz o homem, qual é realmente a diferença se eu quiser comer esse cachorro?"


Sua tarefa: Responder a pergunta do homem.

*Copiado do blog muito legal da Andréa Nichols *Animalista*

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