Existe muita hipocrisia no mundo.

As pessoas tem animais de estimação e ingerem outros animais. As mesmas pessoas que têm animais de estimação como um cachorro, acha engraçado ou loucos os hindus acharem as vacas ou serpentes sagradas e não comê-las, ao mesmo tempo que acham errado os chineses matarem um cachorro para comer.

Então só por no ocidente nós criamos animais domésticos como cachorros e gatos, os chineses estão errados em matá-los? Mas a vaca, sagrada para os hindus, pode ser morta sem pestanejar para virar comida?

Tudo está errado! Animais não nascem para servirem aos humanos, para serem escravos, ou até mesmo comida. Você provavelmente não é a favor de qualquer tipo de preconceito, como o Racismo por exemplo, mas provavelmente não conhece o Especismo. Segue um trecho de um texto muito interessante que fala sobre o assunto:

"Não devemos explorar as mulheres apenas porque elas são mulheres, o que seria MACHISMO.

Também não devemos explorar pessoas negras apenas porque elas são negras, o que seria RACISMO.

Explorar um indíviduo só porque ele pertence a uma espécie biológica diferente da nossa, é um tipo de preconceito muito similar aos anteriores, e isso se chama ESPECISMO."

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Porque é tão díficil enxergar o vegetarianismo?

Um amigo meu esses dias me falou: "Você é o único vegetariano que eu connheço que é gordinho." Mas com certeza eu sou o único vegetariano que ele conhece. Isso é um erro clássico que as pessoas cometem vinculando o nome vegetarianismo, com vegetais. Não que nós não comemos vegetais, mas nós não comemos apenas isso, claro que muda de tipo e ideologia de cada um, mas isso fica para um próximo post.

A palavra vegetarianismo vem de vegetus, vigor, e não de vegetais, como quase todo mundo pensa. E o segundo erro é achar que todo vegetariano é anêmico, outro erro comum.
Os vegetarianos possuem uma alimentação rica em vários tipos de vitaminas, exceto a B12 que é proveniente do animal. Mas quanto à essa mesma vitamina, existe a vitamina B12 sintética, que é produzida por bactérias.

A alimentação vegetariana pode ser facilmente apontada como a alimentação mais saudável que existe. Rica em grãos, frutas, leguminosas. Além de ser saudável é gostosa, é divertido.
As pessoas precisam se informar sobre o assunto, muitos mantém a idéia errada do vegetarianismo.
Basta ler um pouquinho, pesquisar na internet ou revistas que você já fica sabendo de cara, que se fizer uma dieta variada, com cores e sabores diferentes, tem grandes chances de estar ingerindo todos os nutrientes necessários.

Descobrir novos sabores e combinações de grãos, castanhas etc. é um aventura à parte. Receitas e comidinhas vegetarianas aparecem na internet cada vez mais rápido. Novas marcas e produtos também já começam a surgir com certa regularidade. E assim, a gente vai satisfazendo o paladar sem culpa, sem erro e com MUITO prazer.

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Acredito que todos veganos ou vegetarianos já ouviram essa pergunta alguma vez: "E as plantas? Elas também morrem para você comer."

Assim como também acredito que ninguém que faz tal pergunta realmente acha que não podemos distinguir entre uma galinha e um maço de alface. Se no próximo almoço na sua casa você cortar um alface na frente dos todos, eles terão uma reação completamente diferente daquela que teriam se você fosse cortar uma galinha viva. Ou se ao caminhar pelo seu jardim, eu pisar em sua flor de propósito, você irá ficar irritado comigo, mas se eu chutasse seu cachorro de propósito, você ficaria irritado comigo de um modo diferente. Ninguém considera esses dois atos equivalentes. Todos sabem que existe uma grande diferença entre uma planta e um cachorro. Essa diferença faz com que seja muito mais grave, moralmente, chutar um cachorro do que pisar em uma flor.

O que difere os animais das plantas são os níveis de consciência. Isto é, os animais não-humanos, ou pelo menos aqueles que costumamos explorar, sem dúvida são conscientes de suas percepções sensoriais (Sencientes). Os animais sencientes têm mentes, preferências, desejos ou vontades. Isso não quer dizer que as mentes dos animais sejam como as mentes dos humanos, pois são níveis diferentes de consciência. Por exemplo, pode ser que as mentes dos humanos, que usam uma linguagem simbólica para se orientar pelo seu mundo, sejam bem diferentes das mentes dos morcegos, que usam a ecolocalização para se orientar no mundo deles. É difícil saber ao certo. Mas isso é irrelevante, o que importa é que tanto o humano quanto o morcego são sencientes. Ambos são aqueles tipos de seres que têm interesses, ambos têm preferências, desejos ou vontades. O humano e o morcego podem pensar diferentemente sobre tais interesses, mas não pode haver a menor dúvida de que ambos têm interesses, inclusive o interesse em evitar a dor e o sofrimento, e o interesse em continuar a viver.

Já as plantas são diferentes. No plano qualitativo, dos animais humanos e dos animais não-humanos sencientes, as plantas com certeza são seres vivos, mas não são sencientes. As plantas não têm interesses. Não há nada que a planta deseje, ou queira, ou prefira, porque ela não tem mente. Quando dizemos que uma planta “precisa” de água ou “quer” água, não estamos afirmando nada sobre o estado mental da planta, assim como não estamos afirmando nada sobre o estado mental do motor de um carro quando dizemos que ele “precisa” de óleo ou “quer” óleo. Pode ser do meu interesse pôr óleo no meu carro. Mas não é do interesse do meu carro: meu carro não tem interesses.

Uma planta pode reagir à luz do sol e a outros estímulos, mas isso não significa que a planta seja senciente. Se eu fizer uma corrente elétrica passar por um fio ligado a uma campainha, a campainha toca. Mas isso não significa que a campainha seja senciente. As plantas não têm sistema nervoso, nem qualquer outra característica que associamos à senciência e tudo isso faz sentido em termos científicos. Por que as plantas desenvolveriam a capacidade de ser sencientes, se elas não podem fazer nada para reagir a um ato que as danifica? Se você encostar uma chama em uma planta, a planta não pode fugir e continua exatamente onde está e queima, mas se você encostasse uma chama em um cachorro, o cachorro faria exatamente o que você faria, gritaria de dor e tentaria fugir da chama. A senciência é uma característica que evoluiu em certos seres para capacitá-los a sobreviver escapando de um estímulo nocivo. A senciência não seria de nenhuma utilidade para uma planta, as plantas não podem “escapar”.

Eu não estou querendo dizer que não podemos ter obrigações morais às plantas, mas sim que não podemos ter obrigações morais para com as plantas. Podemos ter a obrigação moral de não cortar uma árvore, mas essa não é uma obrigação moral que temos para com a árvore. A árvore não é o tipo de entidade para com o qual podemos ter obrigações morais. Podemos ter uma obrigação moral, isso sim, para com todas as criaturas sencientes que vivem na árvore ou dependem dela para sua sobrevivência. Podemos ter a obrigação moral para com os outros animais humanos e não-humanos que habitam o planeta de não derrubar árvores de modo irresponsável. Mas não podemos ter quaisquer obrigações morais para com a árvore; podemos ter obrigações morais apenas para com os seres sencientes, e a árvore não é senciente nem tem interesses. Não há nada que a árvore prefira, queira ou deseje. A árvore não é o tipo de entidade que se importa com o que fazemos a ela. O esquilo e os pássaros que vivem na árvore certamente têm interesse em que não cortemos a árvore, mas a árvore não. Pode ser errado moralmente, cortar uma árvore irresponsavelmente, mas esse é um ato completamente diferente do ato de atirar em um veado.

Gustavo

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